A República, o Estado Novo e a Democratização da Sociedade

Eusébio Nunes da Silva é o primeiro presidente republicano da Câmara de Elvas, no entanto a ideologia republicana trazida pelo golpe de 1910 depressa se desvaneceu e em 1921 já o Partido Democrático perdia as eleições para os monárquicos liderados por Ruy d’Andrade e por Santana Marques.

Em 1926, poucos republicanos elvenses que tinham marcado as décadas de 1900 e 1910 restavam. Após a revolta militar monárquica falhada de 18 de Abril de 1925, liderada entre outros por Sinel de Cordes e Gomes da Costa, os presos políticos são transferidos para o Forte da Graça em Elvas. E é lá que planeariam o movimento de 28 de Maio de 1926 que acabaria por impor a Ditadura Militar. Quem o assume é o General Passos e Sousa, que se tornaria Ministro, e era então Governador do dito forte . A partir daí, está formado o caminho da construção da ideologia do Estado Novo na cidade.

É precisamente no período do Estado Novo que se assiste a uma certa modernização da cidade. É durante este período que pela primeira vez a população extravasa as muralhas, tendo-se formado os primeiros bairros habitacionais. Se na década de 1930 apenas há a referir a construção do Cine-Teatro, na década de 1940 surgem a nova estação dos Correios, a Cadeia, o Viaduto, a Estação Nacional de Melhoramento de Plantas e a Pousada de Santa Luzia, a primeira Pousada de Portugal.

Com a implementação do regime democrático a partir da revolução de 25 de Abril de 1974 a sociedade elvense também se democratizou. Iniciou-se o maior período de expansão da cidade com a construção de novos bairros, bem como a partir do início da década de 1980, um período de grande desenvolvimento económico da cidade, apenas abrandado com a extinção da Alfândega e com a Política Agrícola Comum. Hoje, a cidade de Elvas é, segundo recentes estudos, uma das melhores cidades do país e para se viver e, sem dúvida, uma extraordinária cidade histórica e patrimonial para se visitar.