O século XVI em Elvas

A chegada do século XVI veio trazer a Elvas um período de grande prosperidade. Em pouco mais de cinco décadas a nova cidade viu nascer mais construções e mais desenvolvimento que durante os séculos que haviam passado. Se logo em 1513 D. Manuel I torna Elvas cidade, ao mesmo tempo se estava a mudar o urbanismo da cidade com a construção da Praça e de novas ruas de traçado recticular renascentista.

Pouco tempo depois já estavam a erguer-se o Aqueduto da Amoreira, os novos Paços do Concelho e os Açougues, todas obras do arquitecto Francisco de Arruda, também responsável pelo traçado da Torre de Belém. Mas o século XVI é também o século da criação do Bispado de Elvas (1570), da Santa Casa da Misericórdia de Elvas (1501-1502), da Ponte da Ajuda, do Paço Episcopal, de novas igrejas (Sé, São Martinho, Nossa Senhora da Nazaré e São Sebastião) e de novos conventos: as dominicanas, os franciscanos e as clarissas. Este novo fervor construtivo na cidade de Elvas não é alheio às características do reinado de D. Manuel I. A empresa da Índia tinha trazido imensas riquezas para o país e feito do monarca português um dos mais importantes da Europa. A história de Elvas em quinhentos significa crescimento e desenvolvimento.

A partir daqui a cidade de Elvas estava estabelecida como uma das principais do reino, assumindo indubitavelmente um carácter estratégico tanto a nível militar como económico. No entanto, os tempos que se seguiriam ao desaparecimento de D. Sebastião na Batalha de Alcácer Quibir seriam tempos de crise. A subida ao trono português de Filipe II de Espanha, neto de D. Manuel I, levou à união ibérica entre as coroas portuguesa e espanhola em 1580.