O presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, abordou esta terça-feira, dia 5, a situação epidemiológica do concelho, no que respeita a medidas que a Câmara Municipal de Elvas tomou para fazer face à evolução da COVID-19.

O presidente explicou que foi decidido reduzir ao essencial os colaboradores, administrativos e operacionais, a trabalhar presencialmente nos serviços municipais. “A Câmara não pode parar, se não pode parar, tem de tomar todas as medidas para que, caso surja alguma dificuldade dentro da própria instituição, em termos de casos positivos, esteja preparada para nunca parar”.

O autarca elvense explicou que as medidas tomadas, “em termos preventivos”, começaram com o encerramento dos “nossos equipamentos culturais e recreativos por salvaguarda a esta questão. Neste momento, tínhamos uma equipa a funcionar na Câmara que vamos reduzir ao essencial, ou seja, só trabalhará presencialmente quem for exclusivamente necessário estar no local de trabalho. Vamos também reduzir o horário de atendimento ao público, para que se proceda ao mínimo de contatos possíveis e vamos privilegiar os contatos por via eletrónica ou telefónica”.

Acrescenta que a “Câmara continua aberta, a dar resposta a tudo aquilo que for as solicitações por parte dos elvenses. Aquilo que vamos é salvaguardar, para que se houver algum caso positivo dentro da Câmara, tenhamos sempre uma resposta ativa e ninguém fique privado de algum serviço por parte do Município de Elvas. O atendimento presencial vai ser feito das 9h00 às 12h00, no Balcão Único de Atendimento, e sem ser presencial no horário normal, das 9h00 às 17h00, por telefone ou email, de segunda a sexta-feira”. “Estas medidas foram tomadas por prevenção, e não como consequência de algum surto ou caso que tenha surgido na instituição”, esclareceu o autarca.

O objetivo desta redução, é “dar um sinal às restantes entidades. Não posso determinar que qualquer empresa encerre, à hora X ou Y, mas posso determinar, através destas medidas dentro da Câmara, e aí está o nosso poder, dar um sinal de que temos que reduzir as nossas relações ao mínimo possível”.

Para o presidente, “o vírus não nasce dentro de ninguém, mas transmite-se através do contacto entre as pessoas e só cortando ou reduzindo o contato ao mínimo essencial e cumprindo as medidas que nos são recomendadas: uso da máscara, desinfetar as mãos, manter o distanciamento, é essencial para que possamos travar a propagação do vírus e a evolução destes números que, como é sabido, nos últimos dias não param de crescer”.

“A repercussão mais direta, e às vezes não pensamos nisto, da mudança de risco moderado para risco extremamente elevado é a redução da atividade normal, implica o encerramento dos estabelecimentos mais cedo, o recolher obrigatório, entre outras medidas. Esta redução vai ter impactos económicos e sociais. E não é preciso ser empresário para sentir esse impacto, todos nós acabamos por ter alguma relação, alguém que trabalha para uma empresa, e acaba por ser afetada por esta pandemia”.

Para concluir o presidente da Câmara deixa um apelo. “Peço aos elvenses, encarecidamente, que sintam na responsabilidade do seu ato individual a responsabilidade coletiva. Depende da nossa atitude individual aquilo que é o resultado coletivo. Se todos estivermos determinados a cortar esta cadeia de transmissão, com certeza que conseguimos vencer mais rapidamente esta pandemia. Se não quisermos saber, se não respeitarmos as regras, e pensarmos que só acontece aos outros, os números vão continuar a subir e vai ser um dano muito difícil de colmatar no futuro, que trará obviamente aquilo que é indesejado para o nosso concelho”.

Neste âmbito, lembra que devem ser apenas realizadas as “saídas necessárias. Nos próximos 15 dias a um mês, devíamos fazer este exercício acrescido de limitar os nossos movimentos e contactos ao extremamente necessário. Não posso determinar que as pessoas fiquem em casa, que se faça um cerco sanitário ao bairro A ou B. Não posso determinar que as escolas encerrem, não é competência da Câmara, cabe a outras entidades fazê-lo. Estamos a avaliar, junto das escolas e com as escolas, como podem funcionar com o mínimo de risco possível”, conclui.